terça-feira, 14 de setembro de 2010

Deveria ser molhado, encharcado, escorrido e depois dominado.
Mas é seco, ardido,entalado e doído. É um choro constipado, fechado, internamente escondido, chega a ser indefinido.
Quer sair e se mostrar, mas só o que consegue é por ele mesmo chorar e minha face secar. Sinto-me amargamente sentimental, mas há mais amargura que sentimento nessa seca de lágrimas de minha própria frescura. Além do que posso, além do que queria, além do que deveria, é uma vontade imensa e totalmente vazia. Espero que num breve dia saiam essas lágrimas todas em euforia.

-- Letícia Saloum Salvador [09.06.2010] --

Um comentário:

  1. Lembrou-me da poesia Lágrima Oculta de Florbela Espanca, "...O meu rosto de monja de marfim...
    E as lágrimas que choro, branca e calma,
    Ninguém as vê brotar dentro da alma!
    Ninguém as vê cair dentro de mim!"
    Belo Texto.

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